Minha Vida Pelo Mundo





domingo, 4 de março de 2012

Senhoras e senhores, O Taj Mahal!

Como tudo começou
Domingo à tarde em casa sem nada especial pra fazer.
André: _Vamos dar um passeio?
Mari: _Quero dar um passeio ali no Taj Mahal.
Pois é, poucos poderiam dizer que vão “ali” no Taj Majal. Agora nós podemos. E assim começou o nosso passeio. Para isso, contamos com o mais fácil e barato meio de transporte disponível, o indianíssimo tuk tuk.
Depois de negociar o preço, lá fomos nós... Em mais ou menos quinze minutos já foi possível vislumbrar da avenida o nosso destino.

Logo estávamos na entrada pro estacionamento onde antes mesmo de pagarmos pelo nosso “táxi”, fomos abordados por um guia turístico oferecendo seus serviços. Falando um ótimo inglês, articulado e carismático ele não demorou a nos cativar. Seguindo a mesma profissão de seu pai, o indiano nascido e criado em Agra, onde cursa o último ano de História, mora ao lado do Taj Mahal. Seu nome, Arif, significa conhecimento.
Caminhamos com Arif cerca de 400 metros até a bilheteria, numa rua pavimentada e com calçada, diferente da média das ruas em Agra. Havia ônibus turísticos ao longo de todo esse percurso, além de grandes veículos que se assemelhavam a carroças puxadas por dromedários.

Ali já se podia ver pessoas que percebíamos ser de diversas nacionalidades. Conforme nos informou nosso guia, quarenta por cento dos visitantes são estrangeiros, e o restante vem de toda parte da Índia.
Os bilhetes para cidadãos indianos custam 20 rúpias (ou rupees como dizemos aqui). Já para estrangeiros, são 750 rúpias por pessoa, o que equivale a aproximadamente 15 dólares. Revistaram a nós e a nossos pertences na entrada. Depois disso tivemos acesso a um grande pátio.
A nossa esquerda estavam os alojamentos que abrigaram os trabalhadores na época em que o Taj Mahal foi construído. Foram 20.000 trabalhadores, 22 anos, 1.000 elefantes e toneladas de mármore branco até que a tarefa fosse concluída, tendo sido iniciada no ano de 1631.


Ainda nesse mesmo pátio, mais adiante podíamos ver um grande pórtico. Paramos ali para algumas explicações e fotos, o que causou um suspense, afinal ainda não tínhamos conseguido avistar o prédio principal.

As portas eram de tamanha altura para se poder entrar de camelo, elefante, etc.

Fatos
O Taj Mahal foi construído por ordens do imperador Shah Jaham para abrigar a tumba de sua esposa Mumtaz Mahal, a qual faleceu dando à luz seu 14˚ filho. Sendo muçulmano, Jahan contrariou uma prática de sua religião, que é a de enterrar seus mortos dentro de 24h. O corpo de Mumtaz ficou mumificado até que pudesse ser transferido para o mausoléu. Mais tarde o imperador tentou construir seu próprio mausoléu – este seria ao lado do de sua amada e na cor preta. Foi impedido de fazer isso por seu próprio filho, que o encarcerou e reinou em seu lugar. Jahan morreu na prisão e teve seu corpo sepultado ao lado do de Mumtaz. A cova do imperador é o único elemento que faz com que o monumento não seja completamente simétrico, já que o de sua esposa se encontra exatamente ao centro.
Impressões
Quando finalmente atravessamos o pórtico, eis que surge diante de nós o majestoso palácio.

Lembro-me ter lido relatos que definiam essa visão como “breathtaking”. E realmente tive a sensação de que por um segundo me faltou o ar. Agora apenas o lindo jardim nos separava daquela que é considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno, que brilhava sob os raios do sol nos dando a impressão de estarmos no céu, como o André bem descreveu. Depois disso eu não me casava de exclamar “Uau! Que lindo!”. Fiquei realmente maravilhada.
Para entrar, é preciso ficarmos descalços ou usar protetores nos sapatos.
A estrutura por dentro não impressiona tanto. Ela é dividida em aposentos, cujas paredes já estão consideravelmente sujas por serem tocadas pelo grande número de pessoas que passam por lá diariamente. Caminhos estreitos e escuros nos levam à réplica das sepulturas do ex-imperador e de sua esposa, as quais se encontram lado a lado. As verdadeiras sepulturas estão numa câmara abaixo do solo, e essas réplicas foram construídas devido à frustração de visitantes que ao chegar não viam nada ali. Hoje em dia os visitantes caminham ao redor das réplicas, que são cercadas por grades esculpidas manualmente em mármore.

Que descansem em paz... se conseguirem.
Era “proibido” tirar fotos lá dentro. Ainda assim, flashes eram disparados a cada segundo. Penso que era essa a razão para os gritos e apitos de advertência que também eram lançados com a mesma frequência, ecoando na sala de teto alto. Além disso os funcionários apressavam as pessoas para que saíssem logo. Imaginem o clima de reverência em respeito aos falecidos.

Na saída aproveitamos para fazer mais algumas perguntas para o guia e tirar mais algumas fotos, dessa vez dos detalhes e das pedras semi-preciosas, todos esculpidos manualmente.

 Ao entardecer a estrutura toma uma coloração amarelada, também muito bela. Há uma curiosidade sobre as quatro torres que se encontram nas extremidades – elas foram propositalmente construídas com uma ligeira inclinação para o lado de fora, para que se por alguma razão viessem a ruir, não caíssem sobre o mausoléu.
Parados ali olhando para o rio Yamuna, aproveitei para perguntar um pouco mais sobre o imperador. Naturalmente me interessei pelas motivações de um homem que foi autor de tamanha demonstração de amor por uma mulher. Já o André disse que o cara era louco mesmo e tinha um grande ego hehe Bem, mas aparentemente todas as evidências são de que essa grande obra foi realmente motivada por um grande amor. Arif nos contou que Shah Jahan era Mongol e muito correto em sua vida e religião. Diferentemente dos outros, que tinham centenas de concubinas, Jahan foi fiel a suas três esposas, e principalmente à última delas – Mumtaz Mahal (a “coroa do palácio”, como ele mesmo a batizou), que era de origem Persa e foi a única a dar-lhe filhos.

Não diga adeus, diga até logo
Foi isso que Arif nos disse, e nós realmente pretendemos voltar. Saímos pelo portão sul, e como é de praxe em lugares turísticos, caímos em um complexo de lojas de suvenirs e artesanato típico da região. Apenas um passo fora do Taj Mahal e a paisagem já volta a ser a mesma loucura de sempre. Incrível que seja assim num lugar que recebe quase três milhões de turistas anualmente.
Ali vimos vários jovens mochileiros que pareciam ser europeus, dormindo em hotéis de qualidade questionável e comendo em lugares naquele beco escuro que se assemelhava a uma favela. Esses sim são corajosos.
Bem, acho que não precisava mencionar o quanto gostei do passeio. Espero que tenham viajado comigo por essas linhas e... Não digam adeus, digam até logo ;)

4 comentários:

  1. Nossa Mari,
    Que vontade de conhecer esse lugar maravilhoso e cheio de histórias!
    Parabéns pela excelente descrição!
    beijos

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    1. Ju, que gostoso contar com você aqui no blog e saber que também está me acompanhando nessa jornada. Comece a planejar a sua viagem e, enquanto isso, vai passeando comigo ;)
      bjo!

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  2. Má adorei a simplicidade do vamos passear ali no Taj Mahal...risos
    Deu mta vontade de conhecer.

    bjo

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    1. Opa! Vem pra cá, flor! Eu posso te garantir que será uma grande aventura! hehe

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